O negócio precisa crescer, mas o empreendedor também
Crescer dói. São as tarefas que acumulam, as prioridades que mudam e, principalmente, o time que deve crescer junto com a empresa e seu empreendedor. E para que tudo isso não seja um total desastre, é preciso entender que todos estão no mesmo barco, aprendendo a remar e errar, mas sempre com uma direção a ser seguida.
Para contar um pouco sobre os desafios e aprendizados dessa arte chamada “gestão de pessoas”, a Endeavor convidou João Del Valle, cofundador e CTO do EBANX, e Vinícius Roveda, CEO e fundador da Conta Azul, para um bate papo, no primeiro painel do CEO Summit Sul, que aconteceu em Curitiba.
Veja as principais lições dessa conversa:
1. Contrate as pessoas que compartilham seu sonho
Entre erros e acertos, os empreendedores concordaram em uma lição: contrate as pessoas que têm brilho no olho e acreditam nos valores e missão da sua empresa. Toda a sua equipe deve crescer e aprender junto, por isso, de nada adianta contratar o melhor engenheiro do mercado se ele não está disposto a aderir à cultura da sua empresa. Admitir os erros, não apontar dedos um para o outro, criar protagonistas, isso é o que faz a empresa crescer.
É difícil de ouvir, mas, uma hora ou outra, o empreendedor tem que deixar o holofote de lado. Isso não significa abandonar a história, mas sim que está na hora de abrir o palco para que cada vez mais personagens entrem em cena e protagonizem um ato. No final, a lição que tiramos é que nenhum sonho se torna realidade com apenas uma pessoa, por isso, desenvolver donos para crescerem junto com a empresa é essencial.
2. Decisão certa é aquela pensada com calma
Outra lição que os empreendedores tiraram de um de seus maiores desafios foi: a tomada de decisão deve ser sempre analisada com calma. Vinícius conta que, devido ao rápido crescimento da sua empresa, ele viu, de um dia para o outro, uma área que tinha apenas uma pessoa se transformar em departamento inteiro, sem que antes um bom planejamento pudesse ser feito.
Depois de um tempo, a área conseguiu se estruturar e estabelecer processos de forma mais clara, mas todas as dores de cabeça em relação a estruturação do novo setor poderiam ter sido evitadas se os empreendedores tirassem uma tarde para analisar, com calma, a decisão.
3. Delegar não é adestrar
Quando uma empresa começa a expandir, os empreendedores parecem virar malabaristas, cada um equilibrando mais e mais pratos, tentando fazer com que nenhum deles caia no chão. Mas, como todos sabemos, é inevitável, alguns pratos caem e fazem a maior bagunça. A verdade é que, no começo, os empreendedores acabam concentrando todas as atividades neles próprios e, quando chega a hora de delegar, porque as tarefas vão acumulando à medida que a empresa cresce, os desafios têm início.
Uma das maiores dores dos empreendedores acontece na hora de delegar uma tarefa. Os empreendedores ainda querem ser malabaristas, por mais que a realidade já não permita mais isso. E quando falamos em delegar, não estamos querendo dizer apenas mandar um e-mail com uma lista de tarefas a serem cumpridas. É preciso que os empreendedores e times deleguem também a gestão dos projetos e atividades. Pode parecer igual, mas não é.
Quando você delega uma tarefa, você está apenas passando uma informação para frente, agora, quando alguém delega a visão, missão, a criação de um projeto, isso tudo está ligado ao lado intangível do negócio. Em outras palavras, confie na execução da ideia. Por isso, mesmo quando alguém do seu time fizer algo de um jeito diferente, você não deve vetar. É preciso confiar e acreditar que ele já fez aquilo e sabe o que está fazendo.
Por mais que os empreendedores admitam ter ganhado uma experiência muito grande em gestão de pessoas, eles continuam afirmando que esse ainda é um dos seus maiores desafios. Lidar com pessoas é sempre algo novo e surpreendente, por isso, a única solução é procurar sempre melhorar e buscar o melhor para a equipe.
Fonte: Endeavor