Open Banking: pesquisa mostra que 65% dos brasileiros estão dispostos a compartilhar seus dados
O Open Banking, compartilhamento de informações bancárias, promete ser algo mais usual na vida dos brasileiros em 2022. A quarta fase do sistema já foi implementada pelo Banco Central no fim do ano passado.
O sistema financeiro aberto é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo BC.
Uma pesquisa encomendada pela Quanta, plataforma de Open Banking, em parceria com a Aster Capital, apontou que 65% dos brasileiros estão dispostos a compartilhar seus dados para obter melhores taxas.
A pesquisa, realizada em agosto de 2021, contou com a participação de 2 mil pessoas de todas as regiões do país, diversas faixas-etárias e classes sociais, que possuem dispositivos móveis e têm contas em bancos.
“O usuário é muito mais propenso a compartilhar seus dados quando ele entende os benefícios reais que terá”, afirmou, líder da área de negócios.
“Essa preocupação com a contextualização para o usuário deve ser essencial para que o Open Banking tenha no Brasil um impacto ainda maior do que o que vimos em países como Reino Unido e Estados Unidos”, acrescentou.
Perfil do brasileiro
Segundo os dados da pesquisa, o brasileiro tem, em média, 3,5 contas bancárias. Quase 25% dos entrevistados disseram possuir 5 contas ou mais.
O estudo também mostrou que 40% dos brasileiros nunca fecharam conta bancária. Entre os que disseram já terem encerrado uma conta, a maioria era cliente de bancos tradicionais. A principal justificativa é o alto custo de manutenção.
Com o Open Banking, bancos e instituições financeiras conseguem acessar o histórico e os dados do usuário, caso conceda permissão, e ofertam as melhores ofertas e taxas com base na situação financeira em que ele se encontra.
Implementação do Open Banking no Brasil
No Brasil, o Open Banking está sendo implementado em 4 etapas. Todas elas foram programadas para ter início em 2021, e acabaram divididas por atribuições.
A primeira fase teve início em primeiro de fevereiro do ano passado, e manteve o foco na disponibilização de informações padronizadas das instituições financeiras participantes ao público.
Dessa forma, as instituições apresentaram seus canais de atendimento e suas características de produtos e serviços bancários tradicionais.
Já na Fase 2, que teve início em 13 de agosto, foi introduzido o compartilhamento de informações. A partir deste estágio, os clientes podem começar a receber ofertas de acordo com seu perfil, histórico financeiro, custos mais acessíveis e soluções personalizadas para a situação em que se encontram.
A terceira fase do Open Banking no Brasil começou no último trimestre do ano, em 29 de outubro. Foi o primeiro encontro do sistema com o Pix. As duas principais novidades desta etapa são o Iniciador de Transação de Pagamento (ITP) e o encaminhamento de proposta de crédito.
A partir desta etapa, as empresas puderam solicitar ao Banco Central para serem “iniciadores de pagamento”, facilitando as transferências dos usuários por meio de seus aplicativos.
Isso significa que empreendimentos que utilizam serviços delivery, por exemplo, vão poder oferecer aos clientes a opção de pagar o produto com Pix dentro do próprio aplicativo, sem fazer com que o usuário saia do app para entrar na interface do banco em que possui conta para utilizar a versão “copia e cola”.
Já o encaminhamento de crédito possibilita às instituições financeiras o envio de diversas ofertas de crédito, aumentando assim a gama de opções do cidadão.
Essa modalidade, no entanto, só começa a valer a partir de 30 de março de 2022.
A última fase do Open Banking, iniciada em 15 de dezembro de 2021, marca a transição para o Open Finance.
Nesta última fase, o sistema de compartilhamento de dados, informações e histórico sai do âmbito bancário e passa a valer para toda a configuração de finanças pessoais, como seguros, investimento, câmbio e outras vertentes.
Fonte: Tecnologia