Poder de compra do brasileiro caiu quase que pela metade em 10 anos.
Se o brasileiro sente que vai ao mercado e compra cada vez menos coisas com um mesmo valor, isso não é somente uma impressão.
Um novo levantamento revelou que o poder de compra dos consumidores do país foi corroído quase pela metade entre 2013 e 2023. Isso porque o preço dos produtos nos mercados quase dobrou, enquanto o salário médio anual ficou praticamente estagnado em termos nominais.
Ou seja, os reajustes salariais ocorridos não foram suficientes para igualar ou superar o aumento sofrido pelos produtos graças à inflação. Assim, agora é preciso desembolsar muito mais dinheiro para comprar as mesmas coisas.
Realizando uma comparação: com menos R$ 100, há 10 anos, era possível montar uma cesta de 13 produtos básicos para o carrinho do supermercado (com valores dos itens da época). Considerando as correções até o ano passado, os mesmos R$ 100 não compram metade das mercadorias selecionadas.
A simulação mostra que em 2013, o brasileiro conseguia comprar, aproximadamente, 1 kg de carne, 1 litro de leite, 1 kg de feijão, 1 kg de arroz, 1 kg de farinha de trigo, 1 kg de batata, 1 kg de pão, 1 kg de café, uma dúzia de bananas, 1 kg de açúcar, 1 óleo de soja e 1 manteiga com R$ 72,78.
Em 2023, para comprar a mesma cesta, seria necessário R$ 165,69, mais que o dobro do valor utilizado em 2013, derrubando o poder de compra mais que pela metade.
E essa necessidade de gastar mais para manter o básico enxugou a carteira do brasileiro, já que o salário médio anual não acompanhou os reajustes de preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu 88% em 10 anos. O salário médio anual do brasileiro, considerando 13º e férias, por sua vez, aumentou cerca de 3% no período. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor passou de R$ 38.484,44 para R$ 39.604,44.
Por isso, o poder de compra do brasileiro caiu em todos os anos desde 2013, apontou um estudo realizado.
Fonte: Economia.