Mendonça de Barros projeta crescimento de 5% em 2010
O ex-ministro das Comunicações e sócio da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, acredita que o crescimento da economia brasileira é consistente e não pode mais ser chamado de "voo de galinha". Para o próximo ano, Barros espera uma expansão do PIB entre 5% e 6%. E, na próxima década, o crescimento médio deve ficar entre 3,5% e 4% ao ano. "Há mudanças na dinâmica na economia, como o avanço do crédito e o equilíbrio do setor externo. O grande teste foi a crise internacional, que diminuiu de intensidade", afirma.
Para Barros, o desafio de agora em diante é fortalecer a poupança doméstica, em vez de manter um modelo de crescimento baseado apenas em consumo. "O governo Lula usou o software econômico do Fernando Henrique, e deu certo. O próximo governo vai ter de usar um software novo. Tem de transitar do consumo para poupança e investimentos", afirma.
Barros diz que o governo Lula usou, corretamente, a expansão do gasto, do salário mínimo e incentivos sociais para garantir a expansão da economia. Agora, defende, o Brasil precisa melhorar as condições de investimento, tanto privado quanto público. "Os próximos quatro anos precisam ser mais centrados em moderação da expansão do consumo, via questão fiscal, e aumentar a poupança do governo para permitir um investimento em infraestrutura", diz. "Nos próximos anos, não vão faltar dólares nem investidores, que estão loucos para entrar no Brasil.
Então, espero que o próximo presidente tenha uma visão certa do que fazer", afirma, acrescentado que as próximas duas décadas vão decidir se o País será, de fato, uma economia desenvolvida.
Ainda que o fluxo de dólares deva permanecer firme nos próximos anos, Barros acredita que, com a recuperação da economia global e eventual elevação dos juros americanos no ano que vem, o câmbio não continuará em processo de valorização em 2010. Ele espera que a cotação do dólar encerre o próximo ano perto de R$ 1,80. De todo modo, ele reconhece que a força do real frente ao dólar é um "problema sério". E, para ele, o governo apenas "está fingindo que lida com o problema".